Sumário
ToggleNeste estudo, vamos destacar:
- A humilhação pública e a coroação de espinhos.
- Jesus diante de Pilatos e a rejeição do seu povo.
- A crucificação e a entrega de sua mãe a João.
- A morte de Jesus e o cumprimento das Escrituras.
- O sepultamento de Jesus por José de Arimateia e Nicodemos.
Introdução
- O décimo nono capítulo do do Evangelho de João nos conduz ao clímax do ministério terreno do Messias: sua crucificação. Aqui, vemos Jesus sendo humilhado, rejeitado, crucificado e finalmente sepultado. Contudo, cada detalhe desse relato revela o cumprimento exato das Escrituras e o amor redentor de Deus pela humanidade. João não apenas relata os eventos, mas nos mostra que tudo aconteceu sob a soberania divina, revelando o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Tema central:
- A morte de Jesus foi o cumprimento definitivo do plano de Deus para redimir a humanidade. O Messias levou sobre si nossos pecados e abriu um novo e vivo caminho de reconciliação com o Pai.
Principais personagens:
- Jesus, o Messias;
- Pilatos, governador romano;
- Os soldados romanos;
- A multidão judaica;
- Maria, mãe de Jesus;
- João, o discípulo amado;
- José de Arimateia;
- Nicodemos.
Lições principais:
- O sofrimento do Messias foi o preço da nossa reconciliação com Deus.
- A rejeição do povo judeu abriu caminho para a inclusão de todos os povos na salvação.
- Mesmo em meio à dor, Jesus demonstrou cuidado, compaixão e autoridade.
- O cumprimento das Escrituras mostra que nenhum detalhe da morte de Jesus foi por acaso.
- O sangue e a água que saíram do lado de Jesus representam o batismo, o sacrifício e sua humanidade.
- O sepultamento em um túmulo novo reforça a santidade e exclusividade do Messias, separado para um propósito eterno.
- A cruz não foi o fim, mas a vitória do plano divino: a maldição foi transformada em bênção.
Principais versículos:
- João 19:5 – “E Pilatos lhes disse: Eis aqui o homem.”
- João 19:11 – “Nenhuma autoridade terias contra mim, se de cima não te fosse dada.”
- João 19:16 – “Então, entregou-o para ser crucificado.”
- João 19:19 – “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus.”
- João 19:26-27 – “Mulher, eis aí o teu filho… Eis aí tua mãe.”
- João 19:28 – “Tenho sede.”
- João 19:30 – “Está consumado.”
- João 19:34 – “Mas um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.”
- João 19:36 – “Nenhum dos seus ossos será quebrado.”
Resumo em áudio:

A Humilhação Pública e a Coroação de Espinhos (João 19:1-3)
1Então, Pilatos mandou açoitar Jesus. 2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça dele; também o vestiram com um manto púrpura. 3Chegando‑se a ele, diziam:
― Saudações, rei dos judeus!
E batiam‑lhe no rosto.
Comentário:
Os açoites, a dor e a humilhação que Jesus suportou nas mãos dos romanos e do seu próprio povo nos lembram de uma verdade: esse sacrifício foi o pagamento completo e definitivo pelos pecados de toda a humanidade. Sobre um único homem, o Messias, Deus permitiu que caísse toda a punição que nós merecíamos, para que, por meio dEle, fôssemos justificados e libertos.
Na Bíblia, aprendemos que o perdão dos pecados exige derramamento de sangue, e os antigos sacrifícios descritos no Antigo Testamento eram um lembrete constante de como o pecado rompe a nossa comunhão com Deus. Cada vez que erramos o alvo, e esse alvo é viver em santidade e segundo a vontade de Deus, nos afastamos da Sua presença. O pecado não é apenas uma falha moral; ele é uma quebra de relacionamento, uma escolha que nos tira do caminho da perfeição divina.
Ainda que aos nossos olhos alguns pecados pareçam mais leves que outros, todos nos afastam igualmente da glória de Deus. No entanto, a beleza do Evangelho está justamente aqui: apesar das nossas falhas, somos chamados a nos aproximar de Deus. E não porque merecemos, mas porque Jesus, o Messias justo e perfeito, abriu para nós o caminho da salvação. Em Sua morte e sofrimento, encontramos não apenas perdão, mas liberdade, uma chance de recomeçar e andar em comunhão com o Pai.
A coroa de espinhos foi colocada sobre sua cabeça como símbolo de humilhação, mas ali estava, ironicamente, o verdadeiro Rei. Rejeitado por homens, exaltado por Deus.
Jesus Diante de Pilatos (João 19:4-16)
4Mais uma vez, Pilatos saiu e disse aos judeus:
― Vejam, eu o estou trazendo a vocês, para que saibam que não encontro nele motivo algum de acusação.
5Quando Jesus veio para fora, usando a coroa de espinhos e o manto púrpura, Pilatos lhes disse:
― Eis o homem!
6Ao vê‑lo, os chefes dos sacerdotes e os guardas gritaram:
― Crucifica‑o! Crucifica‑o!
Pilatos, porém, lhes respondeu:
― Levem‑no vocês e crucifiquem‑no. Quanto a mim, não encontro nele motivo de acusação.
7Os judeus insistiram:
― Temos uma lei e, de acordo com essa lei, ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus.
8Ao ouvir isso, Pilatos ficou ainda mais amedrontado 9e voltou para dentro do palácio. Então, perguntou a Jesus:
― De onde você vem?
Jesus, porém, nada lhe respondeu.
10― Você se nega a falar comigo? — disse Pilatos. — Não sabe que eu tenho autoridade para libertar ou crucificar você?
11Jesus respondeu:
― Não terias nenhuma autoridade sobre mim se esta não te fosse dada de cima. Por isso, aquele que me entregou a ti é culpado de um pecado maior.
12Daí em diante, Pilatos procurava libertar Jesus, mas os judeus gritavam:
― Se deixares esse homem livre, não és amigo de César. Quem se diz rei se opõe a César.
13Ao ouvir isso, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou‑se no tribunal, em um lugar conhecido como Pavimento de Pedra, que, em hebraico, é Gábata. 14Era o Dia da Preparação na semana da Páscoa, por volta do meio-dia.
― Eis o rei de vocês — disse Pilatos aos judeus.
15Eles, porém, gritaram:
― Acaba com ele! Crucifica‑o!
― Devo crucificar o rei de vocês? — perguntou Pilatos.
― Não temos rei, senão César — responderam os chefes dos sacerdotes.
16Então, Pilatos o entregou a eles para ser crucificado.
Comentário:
Pilatos falhou em exercer sua autoridade em absolver Jesus, um homem inocente do castigo cruel da crucificação, um tipo de punição reservada aos piores criminosos da época. No entanto, pecado ainda maior foi o de Judas Iscariotes, para quem teria sido melhor nunca ter nascido por entregar Jesus, com o pleno conhecimento de quem Ele era e de sua inocência, a uma injusta penalidade de morte. A cada tentativa de Pilatos em interpelar ao povo sobre a inocência de Jesus, o clamor do povo se intensificava, exigindo a morte imediata de Jesus. A reação dos judeus diante de Pilatos e do próprio Messias revela a rejeição ao seu Salvador prometido, conforme anunciado nas Escrituras.
Essa rejeição abriu caminho para algo extraordinário: a inclusão dos não judeus na promessa da salvação como um só povo de Deus, como sempre foi o objetivo final da salvação descrita nas Escrituras. Inicialmente, Deus escolheu um homem pela fé, e por meio desse homem todas as famílias da terra seriam abençoadas. Como sucessão de Abraão, o homem escolhido por Deus, as bênçãos e promessas de Deus seguiram ao povo judeu, seus herdeiros por direito. No entanto, a rejeição de Jesus abriu as portas do Reino dos Céus para todos, judeus e gentios, oferecendo a cada pessoa a chance de ser acolhida como filho legítimo de Deus.
Os gentios eram vistos como um povo idólatra e cuja identidade contrariava os padrões estabelecidos por Deus. Diante disso violava o primeiro mandamento de Deus. Mas Jesus veio para quebrar essas barreiras e aproximar toda criatura ao seu Criador. Ele acolheu tanto judeus quanto gentios, oferecendo a todos uma nova identidade: amigos de Deus e herdeiros das Suas promessas. Essa é a beleza do Evangelho, um convite para todos, sem exceção, a entrar na glória de Deus e viver na máxima do Seu amor. Tudo isso aconteceu em meio a festa da Páscoa, uma festa dedicada a salvação e renovação na vida de cada judeu, e agora, a todo povo de Deus.
A Crucificação de Jesus (João 19:17-27)
Assim, os soldados encarregaram‑se de Jesus. 17Levando a sua própria cruz, ele saiu para o lugar chamado Caveira, que, em hebraico, é chamado Gólgota. 18Ali o crucificaram, e com ele dois outros, um de cada lado de Jesus.
19Pilatos mandou preparar uma placa e pregá‑la na cruz, com a seguinte inscrição:
Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus.
20Muitos dos judeus leram a placa, pois o lugar em que Jesus foi crucificado ficava próximo da cidade. A placa estava escrita em hebraico, latim e grego. 21Os chefes dos sacerdotes dos judeus protestaram a Pilatos:
― Não escrevas “O Rei dos Judeus”, mas sim que esse homem se dizia rei dos judeus.
22Pilatos respondeu:
― O que escrevi, escrito está.
23Tendo crucificado Jesus, os soldados tomaram as roupas dele e as dividiram em quatro partes, uma para cada um deles, restando a túnica. Esta, porém, era sem costura, tecida em uma única peça, de alto a baixo.
24― Não a rasguemos — disseram uns aos outros. — Vamos decidir por sorteio quem ficará com ela.
Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura que diz:
“Dividiram as minhas roupas entre si
e lançaram sortes pelas minhas vestes”.
Assim fizeram os soldados.
25Junto à cruz de Jesus, estavam a sua mãe; a irmã dela, Maria, esposa de Clopas; e Maria Madalena. 26Quando Jesus viu a sua mãe ali e, junto dela, o discípulo a quem ele amava, disse à sua mãe:
― Mulher, aí está o seu filho.
27Depois, disse ao discípulo:
― Aí está a sua mãe.
Daquela hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.
Comentário:
Sobre a cabeça de Jesus, além da coroa de espinhos, foi colocado um letreiro com as palavras escritas em hebraico, grego e latim: “Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus.” Escritas nas três principais línguas faladas da época, essa inscrição não foi apenas uma acusação legal, mas uma proclamação de quem Ele realmente era: o Rei eterno, que veio estabelecer um Reino espiritual.
Jesus foi levado para fora dos muros de Jerusalém, até um lugar chamado Gólgota, ou “Lugar da Caveira”. Ali, no lugar onde a morte reinava, o Autor da vida venceu o pecado, Ele foi suspenso entre céu e terra e exposto à vergonha pública, atraindo para si o peso dos pecados de toda a humanidade. Cada detalhe desse momento carrega um significado: o sofrimento do Rei se tornou o caminho para a nossa reconciliação com Deus.
Perto da cruz estavam algumas das pessoas mais próximas de Jesus, incluindo Maria, sua mãe, e João, o discípulo amado. Mesmo em meio à dor e sofrimento que suportava, Jesus se preocupou com aqueles que amava. Ele confiou os cuidados de sua mãe a João, dizendo: “Eis aí a tua mãe.” E a partir desse momento, João cuidou de Maria, mãe de Jesus em sua própria casa. Esse gesto final revela que o amor de Jesus é cuidadoso e atencioso até nas situações mais difíceis.
A Morte de Jesus (João 19:28-37)
28Depois disso, por Jesus saber que tudo estava concluído e para que a Escritura se cumprisse, disse:
― Tenho sede.
29Estava ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, embeberam uma esponja nele, colocaram a esponja na ponta de um caniço de hissopo e a ergueram até os lábios de Jesus. 30Tendo‑o provado, Jesus disse:
― Está consumado!
Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito.
31Era o Dia da Preparação, e o dia seguinte seria um sábado especialmente solene. Como não queriam que os corpos permanecessem na cruz durante o sábado, os judeus pediram a Pilatos que as pernas dos crucificados fossem quebradas e que os corpos fossem retirados. 32Vieram, então, os soldados e quebraram as pernas do primeiro homem que fora crucificado com Jesus e, em seguida, as do outro. 33Contudo, quando chegaram a Jesus, constatando que ele já estava morto, não lhe quebraram as pernas. 34Em vez disso, um dos soldados perfurou o lado de Jesus com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35Aquele que o viu, disso deu testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que está dizendo a verdade e dela testifica para que vocês também creiam. 36Estas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura: “Nenhum dos seus ossos será quebrado”, 37e, como diz a Escritura em outro lugar: “Olharão para aquele a quem traspassaram”.
Comentário:
Na cruz, Jesus declarou com autoridade: “Está consumado.” Com essas palavras, Ele completou a obra de salvação pela qual havia vindo ao mundo. Toda a missão de resgatar a humanidade foi finalizada naquele momento, proporcionando a cada pessoa a oportunidade de uma nova vida em santidade. Por meio de Seu sacrifício, Jesus apagou nossos pecados e satisfez a justiça de Deus, removendo a ira divina que era dirigida ao pecador. Assim, Ele trouxe reconciliação, paz e a chance de uma união eterna com Deus.
Tudo isso aconteceu durante a festa da Páscoa, um período especial em que os judeus celebravam a libertação do cativeiro no Egito. Esse paralelo entre a festa da Páscoa e a crucificação de Jesus é significativo: enquanto o povo judeu comemorava a restauração e libertação da escravidão, Jesus estava inaugurando uma nova era de libertação espiritual. Ele se tornou o Cordeiro Pascal perfeito, cuja morte nos liberta da escravidão do pecado e abre caminho para uma relação restaurada com o Pai. Tudo isso foi por você, por nós, por toda a humanidade caída. O peso da dor e a agonia que Jesus passou naquele momento nos mostra a complexidade do plano de salvação.
No momento final de Sua vida, Jesus falou: “Tenho sede.” Esse pedido confirma a intensidade da dor e do sofrimento que Ele experimentou na cruz. Em resposta, ofereceram-lhe vinagre, um líquido amargo que serviu apenas para aumentar a agonia daquele instante. Este gosto amargo lembra as palavras do Salmo 69, onde Davi profetiza sobre momentos de angústia e sofrimento, dizendo: “Deram-me fel por comida, e na minha sede me deram vinagre para beber” (Salmo 69:21).
Ao viver essa experiência de dor, Jesus cumpriu cada palavra profética escrita sobre Ele. O simbolismo do vinagre nos faz pensar no gosto amargo das consequências do pecado. Nele, vemos também a intensidade do sacrifício que Jesus suportou para nos trazer salvação. Esse momento é significativo porque, além de ser o cumprimento das Escrituras, marca o início de uma nova era para a humanidade. Com Sua morte e ressureição, o plano de redenção e reconciliação de Deus se concretizou, abrindo um caminho para que todos pudessem ter acesso à vida eterna em um longo caminho de comunhão e conhecimento de Deus.
O sábado que antecede a Páscoa era um dia sagrado para os judeus, repleto de significado e memórias da libertação que Deus trouxe aos israelitas no Egito. A celebração da Páscoa (Pessach) relembrava a noite em que o anjo da morte passou sobre as casas dos egípcios, tirando a vida dos primogênitos como a décima e última praga. Para proteger Seu povo, Deus ordenou aos israelitas que sacrificassem um cordeiro sem defeito e marcassem as ombreiras e batentes de suas portas com o sangue do cordeiro. Esse sangue seria um sinal de proteção, fazendo com que o anjo da morte “passasse por cima” (daí o nome “Pessach”) das casas dos israelitas, poupando seus primogênitos.
Foi em meio a essa expectativa de redenção e libertação que o Messias, o Cordeiro Perfeito de Deus, foi crucificado. Jesus entregou Sua vida como o sacrifício definitivo, e Seu sangue marcaria o início de uma nova era. Quando o oficial romano perfurou o lado de Jesus para confirmar Sua morte, a Escritura nos diz que saíram água e sangue (João 19:34). Esses dois elementos carregam um simbolismo e uma verdade: a água pode representar o batismo, que nos aponta para uma nova vida em comunhão com Deus; o sangue testemunha o sacrifício perfeito de Jesus, que nos trouxe a salvação e a humanidade de Jesus.
Assim como o sangue do cordeiro protegeu as casas dos israelitas do anjo da morte, o sangue de Jesus nos protege do poder do pecado e da morte eterna. Seu sacrifício na cruz cumpriu todas as promessas e abriu um caminho de reconciliação para todos os que creem. A crucificação e a confirmação de sua morte não foram apenas eventos históricos, mas um marco espiritual que transformou a história humana, oferecendo vida e esperança a todos os escolhidos de Deus.
O Sepultamento de Jesus (João 19:38-42)
38Depois disso, José de Arimateia pediu a Pilatos o corpo de Jesus. José era discípulo de Jesus, mas o era secretamente, porque tinha medo dos judeus. Com a permissão de Pilatos, ele veio e levou o corpo. 39Ele estava acompanhado de Nicodemos, aquele que antes tinha visitado Jesus à noite. Nicodemos levou cerca de cem litras (especiarias) de uma mistura de mirra e aloés. 40Tomando o corpo de Jesus, os dois o envolveram em faixas de linho, com as especiarias, de acordo com os costumes judaicos de sepultamento. 41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um sepulcro novo onde ninguém jamais fora colocado. 42Por ser o Dia da Preparação dos judeus, e visto que o sepulcro ficava perto, colocaram Jesus ali.
Comentário:
Dois homens, José de Arimateia e Nicodemos, ambos seguidores secretos de Jesus, desempenharam um papel importante no seu sepultamento. José, que era membro do conselho judaico, usou de sua influência para pedir o corpo de Jesus a Pilatos, e Nicodemos trouxe uma mistura de mirra e aloés para os preparativos. Eles envolveram o corpo de Jesus com um pano de linho, chamado Sudário, e o colocaram em um sepulcro novo, localizado próximo ao local da crucificação. Esse sepulcro nunca havia sido usado antes, simbolizando pureza na visão judaica.
A pressa no sepultamento de Jesus tem raízes nas leis do Antigo Testamento. De acordo com Deuteronômio 21:22-23, o corpo de um homem executado não deveria permanecer pendurado durante a noite, pois isso traria uma maldição sobre a terra. Assim, o corpo precisava ser enterrado no mesmo dia. Jesus, ao ser crucificado, assumiu a maldição do pecado em nosso lugar, como Isaías 53 profetizou: “o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós”. O castigo que merecíamos foi levado por Ele, cumprindo o plano divino de redenção. Ele morreu a nossa morte para que pudéssemos ter a Sua vida, transformando a maldição em bênção para a humanidade (Romanos 6:23).
Jesus foi sepultado em um túmulo novo, que nunca havia abrigado outro corpo. Isso tinha um significado especial aos judeus, indicando que não haveria contaminação ou mistura com qualquer outro sepultamento. Na tradição judaica, havia a prática de evitar que o corpo de um falecido fosse colocado em um túmulo onde outros corpos já estivessem. Essa exclusividade e o cuidado especial no sepultamento de Jesus reforçam a ideia de que Ele é único: o Cordeiro Santo, separado para um propósito sagrado, mesmo em sua morte.
Glossário de Termos-Chave
- Açoites: Ato de chicotear, uma forma de punição severa aplicada a Jesus antes de sua crucificação, simbolizando o sofrimento que ele suportou.
- Cordeiro Pascal: Termo que se refere a Jesus como o sacrifício perfeito e definitivo pela humanidade, em paralelo ao cordeiro sacrificado na Páscoa judaica para libertar Israel do Egito.
- Coroa de Espinhos: Coroa tecida com espinhos e colocada na cabeça de Jesus pelos soldados, um símbolo de zombaria e humilhação, mas ironicamente apontando para sua realeza.
- Crucificação: Método de execução romano no qual a vítima era pregada ou amarrada a uma cruz, expondo-a à vergonha pública e a uma morte dolorosa; a forma como Jesus foi executado.
- Gábata (Pavimento de Pedra): Local onde Pilatos sentou-se no tribunal para julgar Jesus, um pavimento de pedra fora do pretório.
- Gentios: Termo usado na Bíblia para se referir aos povos não-judeus. No contexto do Evangelho de João 19, sua inclusão na salvação é destacada após a rejeição de Jesus pelos judeus.
- Gólgota (Lugar da Caveira): O local fora dos muros de Jerusalém onde Jesus foi crucificado.
- José de Arimateia: Discípulo secreto de Jesus e membro do conselho judaico que pediu a Pilatos o corpo de Jesus para sepultamento.
- Messias: Título hebraico que significa “ungido”, referindo-se ao salvador prometido por Deus. Jesus é apresentado como o Messias esperado.
- Mirra e Aloés: Especiarias aromáticas usadas nos costumes judaicos para embalsamar e preparar corpos para o sepultamento, trazidas por Nicodemos para o sepultamento de Jesus.
- Nicodemos: Fariseu e líder judeu que visitou Jesus à noite e, posteriormente, auxiliou José de Arimateia no sepultamento de Jesus.
- Páscoa (Pessach): Festa judaica anual que celebra a libertação dos israelitas da escravidão no Egito. A crucificação de Jesus ocorreu durante esta festa, estabelecendo um paralelo com a nova libertação espiritual.
- Pilatos: Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia que presidiu o julgamento de Jesus e o entregou para ser crucificado.
- Plano Divino/Soberania Divina: A ideia de que todos os eventos, especialmente a morte de Jesus, aconteceram sob o controle e propósito de Deus, não por acaso, mas para cumprir suas Escrituras e seu plano de redenção.
- Reconciliação: O ato de restaurar a comunhão e a paz entre Deus e a humanidade, que foi quebrada pelo pecado e restaurada pelo sacrifício de Jesus.
- Redenção: O ato de ser resgatado ou libertado do poder do pecado e da morte através do sacrifício de Jesus.
- Sepulcro Novo: Um túmulo que nunca havia sido usado antes, no qual Jesus foi sepultado, simbolizando pureza e exclusividade.
- “Está Consumado”: Últimas palavras de Jesus na cruz, significando que a obra de salvação e o plano de Deus para a redenção da humanidade foram completamente finalizados.
- Túnica Sem Costura: A vestimenta interior de Jesus, tecida em uma única peça, pela qual os soldados lançaram sortes, cumprindo uma profecia das Escrituras.
- Vinagre: Líquido amargo oferecido a Jesus na cruz quando Ele disse “Tenho sede”, cumprindo uma profecia do Salmo 69.
Estudando a Bíblia
Tanach & Brit Hadashá
www.white-albatross-210790.hostingersite.com
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